CENA AVULSA OU DON’T SMOKE IN BED
               A manhã rompeu da fresta entre as cortinas. Da amendoeira, veio o piar que o despertou. A claridade inflamava-se pelo quarto. Ele se ergueu.
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Prosas agridoces coloridas artificialmente.
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Sei que as coisas pro seu lado não andam muito fáceis, mas algumas coisas precisam ser ditas.
Não quero simplesmente atravessar a rua quando por acaso te encontrar, nem torcer o nariz se te vir beijando um por ai. Não quero guardar mágoas. Não quero sentir raiva. Nem quero nenhum sentimento desse tipo vindo de você. Eu te amei muito, muito mesmo. E você foi realmente muito importante pra mim, pra minha vida, pra que eu pudesse me situar no mundo e entender mais ou menos pra que serve tudo isso afinal. Você foi companheiro.
Com você e só por sua causa pude acalmar minhas tempestades, animar minhas depressões e comemorar minhas alegrias. Você chorou e sorriu comigo. E me fez parar de chorar e prolongar o meu riso.
Tivemos horas e horas e horas de conversas as mais variadas e você soube me aconselhar, me ajudou a decidir, leu comigo, do seu lado estudei. Com seu apoio e com seu ânimo.
Cresci do seu lado, aprendi do seu lado, com você e por você. Muitos dias difíceis só me foram suportáveis porque você estava comigo e eu aliviava minha dor pensando que todo o trabalho acabaria e iríamos pra casa e ficaríamos juntos, a sós.
Teu cheiro e o macio da tua pele ainda me entorpecem.
Teu cheiro e o macio da tua pele e nossas conversas, e sua companhia e tudo isso que você me deu, e você me faz muita falta.
Mas não é mais possível, já disse.
É triste e eu estou chorando. Choro por mim e por você. Choro porque é definitivo. Choro por isso.
Porque é definitivo.
É triste e eu estou chorando.
Mas não é mais possível.
Um beijo,
Ruy
(tema da semana: O último cigarro)
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Que? Se o passado é um prólogo?
Ah, ta bom que vou filosofar assim.
Primeiro o “Fazes-me falta”
Fezes me faltam.
O tema triste das fezes que faltam.
Em minhas fezes.
Em mim, as fezes.
Em mim as fezes me faltam.
As fezes que faltam em mim.
Agora “O passado é um prólogo”
Tema pra outro monólogo
Presente doutro triste tema.
Triste tema sem falta de trema
Ó Trema: Fazes-me falta.
As fezes... fazem-me falta.
Mas se não me falha a memória...
Passado só é prólogo quando não tem mais
Da vida o que fazer
Ou pra quem não começa a escrever
A sua própria história
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A veces me hace falta el aire un poco contaminado del centro de la ciudad. A veces, ver los jubilados en la Plaza Grande leyendo el periódico. Algunas, comer los sánduches de pernil, el cebiche de San Agustín con jugo de naranjilla y tostado. Caminar en esas veredas angostas de la ciudad, mientras frente a ti aparecen iglesias cada vez más elaboradas. También me hace falta ver montañas cuando despierto, o talvez dormir con muchas cobijas y casi vestida por el frío. Oir el sonido de los aviones llegando en medio de la ciudad me hace mucha falta. Siempre me hace falta tomar café con pan, que no se necesita ponerle mantequilla porque tienen sabores y formas diferentes. Me hace falta también la sopa, que aunque cuando era joven la odiaba, hoy en día con algunas excepciones como la de sambo, me parece un plato digno de ser comido. Me hace falta mi perro loco que sigue las sombras y que en su otra vida debió haber sido gato, seguramente. Me hace falta ver a la gente caminando tranquilamente bajo lluvias torrenciales, porque la lluvia hace parte de nuestras vidas. Me hacen falta los buses tocando regueaton a todo volumen, los taxis amarillos, el trole y la ecovia. Me hace falta el rucu pichincha y el teleférico. Me hace falta recorrer la Av. Amazonas y terminar en la Foch por la noche. También ir a Ibarra, o a Cahuasqui para reencontrar aquellas personas que un día hicieron parte de mi vida. Me hace falta el mal humor quiteño, el hablar bajo quiteño, el mirar quiteño. Me hace falta el Sese y su salsa cubana, su olor, su color y sus vodkas tónicos. Me hace falta ver a la Orquesta Sinfónica, gratis. Me hace falta mi Quito cultural y los ciclopaseos. Me hace falta el olor de mi casa, y de la gente que hace parte de ella. Me hace falta su gente que hoy veo que tiene futuro. Sea el que sea. Me hace falta todo lo que fue parte de mi historia durante 25 años y que seguirá siendo siempre parte de esta vida leve aunque esté lejos.
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