quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Leia, por favor

Sei que as coisas pro seu lado não andam muito fáceis, mas algumas coisas precisam ser ditas.

Não quero simplesmente atravessar a rua quando por acaso te encontrar, nem torcer o nariz se te vir beijando um por ai. Não quero guardar mágoas. Não quero sentir raiva. Nem quero nenhum sentimento desse tipo vindo de você. Eu te amei muito, muito mesmo. E você foi realmente muito importante pra mim, pra minha vida, pra que eu pudesse me situar no mundo e entender mais ou menos pra que serve tudo isso afinal. Você foi companheiro.

Com você e só por sua causa pude acalmar minhas tempestades, animar minhas depressões e comemorar minhas alegrias. Você chorou e sorriu comigo. E me fez parar de chorar e prolongar o meu riso.

Tivemos horas e horas e horas de conversas as mais variadas e você soube me aconselhar, me ajudou a decidir, leu comigo, do seu lado estudei. Com seu apoio e com seu ânimo.

Cresci do seu lado, aprendi do seu lado, com você e por você. Muitos dias difíceis só me foram suportáveis porque você estava comigo e eu aliviava minha dor pensando que todo o trabalho acabaria e iríamos pra casa e ficaríamos juntos, a sós.

Teu cheiro e o macio da tua pele ainda me entorpecem.

Teu cheiro e o macio da tua pele e nossas conversas, e sua companhia e tudo isso que você me deu, e você me faz muita falta.

Mas não é mais possível, já disse.

É triste e eu estou chorando. Choro por mim e por você. Choro porque é definitivo. Choro por isso.

Porque é definitivo.

É triste e eu estou chorando.

Mas não é mais possível.


Um beijo,


Ruy



(tema da semana: O último cigarro)

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2 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Oi, Rodrigo. Descaradamente, roubei a idéia do seu texto para escrever o meu, também sobre a perda do "único parceiro". Irresistível a possibilidade de pesar a mão no drama, de tender ao bolero. Muito bacana!

27 de fevereiro de 2009 às 09:34  
Blogger Rodrigo P disse...

Eu ja tinha copiado umas duas ou tres ideias suas tambem.
Realmente irresistivel pensar em drama e bolero com esse tema.

27 de fevereiro de 2009 às 14:21  

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