domingo, 28 de agosto de 2016

Para mi Gaby

Separação, não tinha parado para pensar bem neste processo até alguns meses atrás. Há alguns dias o fato de me despedir, mais uma vez, de pessoas importantes me fez comprender como é que lido com esse processo de um jeito tranquilo, aos olhos do resto. Não é tranquilo, é triste, mas é uma tristeza que não paraliza e que parece que lá no fundo, seu fundo cada um explica, sei que melhora em algum momento. Comprendi, no momento da despedida dentro do carro, que a sensação de saber que vai passar foi aprendida porque tenho repetido essas separações ao longo de 13 anos. Claro que depois vieram as lembranças de mais de 13 anos, aquelas separações que a gente tem na infância, nossos pais, nossos avos, e as dos amigos. Quando a professora diz que vai te mudar de lugar na sala, que vão te trocar de sala, que a melhor amiga vai para China, que a outra vai para outra escola ou que as duas melhores amigas vão para Fisico-Matematico e você vai para Quimico-Biologo, pronto, separação. Mesmo depois da adolescencia o sofrimento da separação é igual, mas aí vem separações que parecem mais definitivas. Você vai crescendo e as coisas parecem ir ficando mais sérias, ou você vai ficando menos flexível as mudanças, influenciado também pelo nosso aprendizado de propriedade privada, é tudo meu. Após uma separação forçada, não esperada e radical quando minha irmã decidiu ir embora, porque ela sempre fez as coisas assim independente, consegui entender que a separação de uma pessoa que vai estar bem é apenas mais um processo da vida, e não da morte. Mesmo neste processo da morte da minha irmã posso dizer que ela só nos deixou depois que colocou tudo em ordem, e nos deu até tempo de nos despedirmos dela durante 1 ano, nos que fomos cabeça dura de não conseguir entender assim o processo. Durante esse tempo, até hoje e quiças até sempre durante minha existencia vou pensar nesse processo de separação como o ponto que define um ou otro afastamento. Escrevendo os adjetivos da separação com a minha irmã entendo que o resto de separações não sao forçadas, podem até não ser esperadas de forma consciente, e não sao radicais de jeito nenhum, mas que são resultado de um processo, de uma escolha, e se são assim então melhor pegar o processo, elaborá-lo da maneira que faça sentido para cada um, e partir para as próximas separações da vida. As da morte não estou preparada para escrever, ainda.

1 Comentários:

Blogger Unknown disse...

Querida amiga,
Yo tampoco estoy preparada para comentar de la muerte, menos aún de una hermana de sangre. Tengo experiencia sí en las separaciones de amig@s querid@s.
Tú y yo construímos y continuamos construyendo nuestra relación a partir de encuentros y separaciones. Varias ciudades de Ecuador y Brasil son testigos de estos (re)encuentros y separaciones: Quito, Ibarra, Río de Janeiro, San Carlos, Jundiaí, Belo Horizonte y São Paulo.
En cada una de estas ciudades estábamos viviendo alguna o varias situación particulares que nos hacían reír, llorar, disfrutar, lamentar, añorar, dudar, desear, recordar, luchar, entre otro sin fin de emociones.
Hoy nos acabamos de separar y los sentimientos que me afloran son tristeza por dejar de tener tu presencia física cerca de mí y alegria de constatar que estamos bien, cada una en su microcosmos, reinventando nuestras vidas a partir de cambios radicales y poniendo a prueba nuestras construcciones mentales para adaptarnos al entorno mutante.
Las separaciones nos enseñan cuán fugaz es el instante y cuán irrepetible es el presente. Afortunadamente existe la memoria para recrear las vivencias entre (re)encuentros y separaciones. Tu recuerdo de Gabi trascendencia la separación.
Gracias por compartir tu experiencia.
Fuerte abrazo

19 de maio de 2018 às 21:36  

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial